a companhia dos cães?
Quem não viveria
sendo escravo de ninguém
e nem sendo Senhor também?
As leis dos homens
mudam todas as semanas
a lei da natureza entretanto
persiste
o prédio tomba
o vil metal se corrói
o tempo ardiloso tudo destrói
adoramos essas sombras na parede
o amor eterno
o governo justo
o Deus perfeito
mas onde eles estão?
Para onde varremos
o choro
o bile
o sangue
o sêmem?
Onde escondemos nossas vergonhas
e porque o fazemos?
Alguns juntam coisas e mais coisas
outros se empertigam para dizer
eu sou isso
eu sou aquilo
e o que realmente somos?
E o que nós todos
tão falhos e pequenos
podemos realmente ser
ou querer ser?
Qual o próposito que me agita
senão o do animal
que eu sou?
Casamento? Não, obrigado.
Esses títulos todos?
Não, obrigado.
Esse compromisso com o que me despreza
com o que me aprisiona
que depõe contra minha natureza
contra a minha liberdade tão inerente?
Não, obrigado.
Quem se alimenta das nossas ilusões?
Que interesses atendemos quando vamos contra nossa natureza?
Quem foi que nos enganou esse tempo todo e o que ganha com isso?
Eu sou o Cão
Diógenes sentado em seu barril cercado por cães.
Pintura de Jean-Léon Gérôme de 1860.
"Uma inquebrantável decisão de viver uma vida simples e despojada, uma devoção afincada à autossuficiência, um vínculo sem paralelos com a liberdade de expressão, um desdém saudável pela estupidez e pelo obscurantismo humanos, um nível incomum de lucidez intelectual e, acima de tudo, uma tremenda coragem de viver segundo suas convicções” – Navia, Diógenes o Cínico, p. 18
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nomos versus physis
ResponderExcluirA lei dos homens podem ser transformadas ou quebradas, as da natureza não, qual é mais verdadeira?
Perder tudo é tornar-se livre.
Um filósofo que procura a verdade não segue o caminho dos tolos.
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