terça-feira, 10 de novembro de 2015

O velho lobo e a corsa branca

Nesse jardim ressecado
as veredas realmente se bifurcam
quantos fui?
e quantos sou agora?

olhando em duas direções
há pequenas pegadas
e pegadas maiores
e há você

marcada da mais alva brancura
como a neve que ainda não tocou a lama
Casta é sua inocência
e natural é o teu sexo
seu riso parece uma pequena cascata
que murmura frescor direto da fonte

eu, velho lobo
no final do inverno
com olhos vidrados
e a bocarra escancarada
em grossa saliva

já não estou na antiga forma
mas sei que a carne pode ser encontrada
perto da primeira fonte

você corsa arisca
fique esperta
faça seu melhor
porque quando eu atacar
será o seu fim.