quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Às vezes eu queria colocar
em palavras
soprar ou riscar
o que penso sobre os sentimentos
ou o que sinto sobre o que sinto

Por exemplo
daquele que nasce do mar.

Por vezes, ele nos atinge com violência
nosso peito sacode
e até se feitos de rocha
nos desfazemos em pó

Noutras ele desaparece no ar
simplesmente
borbulha e some

Não se pode prender a espuma,
Nem podemos prever aonde ela vai

Acho que quem tem os pés beijados
Deve somente sentir-se com sorte

Não é algo que nasce da gente
nem muito menos, é algo que possuímos
é uma coisa que vem e vai

Também é uma coisa
que escorre
respinga
jorra
transborda
ou seca!

Pode ser que, como a onda,
haja um hiato,
entre uma felicidade e outra
ou entre uma felicidade e ela mesma
também pode ser que a felicidade te carregue
e você repouse em seu leito
eternamente. Mas isso seria como a morte.

Então
o que queremos?
Desejo e orgulho
são duas tempestades.



quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Victoria Cross

Sid Godley
Oh... Sid
O que sentiu quando segurou
entre os dedos ásperos
a Cruz da Victoria
Esse pedacinho de metal
num farrapo de linho
valeu a dor dos amigos?

O que pesava mais, Sid,
o metal pendurado na lapela
ou aquele dentro do crânio?


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Medo

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Medo

Se há o medo da morte
Se há busca pela sorte
Se há bússola para o norte

Só o medo é forte
Só ele, mais nada, nos acompanha
Nos faz ser parte
De onde não se espera mais nada
De onde se perdeu tudo

domingo, 17 de janeiro de 2016

Quando Deus
olhou para o homem
duvidou de si mesmo.