terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Verde

A ilha do norte tem um vento que faz as nuvens correrem vem o vento gelado e bate no rosto vem a chuva e vem o sol o sol que se põem arrastado e as tintas todas que ele estica no céu tem doirado tem púrpura tem o verde vivo da grama e tem a água transparente dos rios onde celtas e vikings cruzaram as árvores antigas retorcidas e cobertas de musgos que segredo escondem? Quanta dor é celebrada por esse obelisco gigante que demônio foi selado ali embaixo o que sabem os cervos que correm nos parques, as raposas que cruzam a madrugada fria com seus passos leves os cisnes do gran canal que cidade estranha as igrejas e castelos medievais dão de fronte com pirâmides de concreto e vidro as ruas são cortadas pelo trem e os paralepípedos que viram James Joyce me levam para um pub profundo que mais parece uma caverna onde a música reverbera e as risadas dos rostos de braza e as piadas que eu não entendo e o indiano da real academia de cirurgiões onde ele estudou com seu lápis de olho, seu turbante azul turqueza e sua barba ostentosa eu quero engolir vocês mas primeiro quero mastigá-los devagarinho e eu quero voar para a capital de cada império e eu quero ler sobre as unhas encravadas de cada escravo que pisou este solo minhas mãos cortadas pelo frio são as mãos deles e o meu sangue e o deles é como a água de um mesmo rio que vem e vai em bacias caudalosas e sempre deságua na morte mas chove de novo para renascer e nós vamos construindo construindo e o tempo vai destruindo destruindo o mato vai tomando e a gente vai capinando nessa queda de braço milenar eu acho que as histórias de heróis deviam falar de suas cãibras, das dores na madrugada, do vômito da lágrima que brota pelo frio e quantas vezes o medo da fome me fez reverter para o que realmente importa e eu estou aqui respirando esse ar pesado de frio e de mofo e eu estou livre por estar numa cidade onde ninguém me conhece e niunguém se importa também e eu estou tão sozinho que me acostumei eu quero agora é entrar nesse pub fumar um charuto e ouvir uma história de um velho espalhol da legião estrangeira e quero imaginar que podia ser um conto do Lovercraft ou que eu mesmo podia escrever aquela história de aventura pitoresca envolvendo piratas e antigos romanos e eu que estou aqui só preciso pegar essa caneta e começar a escrever não pra ninguém mas para mim mesmo. 

Agora, a vida vibra em mim, o futuro é uma porta aberta, uma escada difícil, mas que eu já comecei a subir.  

'At last,' Elric breathed, 'At last-the Truth!' He stumbled forward like a man made stupid with drink, his pale hands reaching for the thing he had sought with such savage bitterness. His hands touched the pulsating cover of the Book and, trem-bling, turned it back. 'Now, I shall learn,' he said, half-gloatingly. With a crash, the cover fell to the floor, sending the brightgems skipping and dancing over the pav-ing stones.



Beneath Elric's twitching hands lay nothing but a pile of yellowish dust. 'No!' His scream was anguished, unbelieving. 'No!' Tears flowed down his contorted face as he ran his hands through the fine dust. With a groan which racked his whole being, he fell forward, his face hitting the disintegrated parchment, Time had destroyed the Book-untouched, possibly forgotten, for three hundred centuries. Even the wise and pow-erful Gods who had created it had perished-and now its knowledge followed them into oblivion. They stood on the slopes of the high mountain, staring down
into the green valleys below them. The sun shone and the sky was clear and blue. Behind them lay the gaping hole which led into the strong-hold of the Lords of Entropy.



Elric looked with sad eyes across the world and his head was lowered beneath a weight of weariness and dark despair. He had not spoken since his compan-ions had dragged him sobbing from the chamber of the Book. Now he raised his pale face and spoke in a voice tinged with self-mockery, sharp with bitterness-a lonely voice: the calling of hungry seabirds circling cold skies above bleak shores. 'Now,' he said, 'I will live my life without ever knowing why I live it-whether it has purpose or not. Perhaps the Book could have told me. But would I have believed it, even then? I am the eter-nal sceptic---never sure that my actions are my own; never certain that-an ultimate entity is not guiding me.



'I envy those who know. All I can do now is to continue my quest and hope, without hope, that before my span is ended, the truth will be presented to me.' Shaarilla took his limp hands in hers and her eyes were wet.

-Elric Saga