segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tempo. Inexorávelmente, com o tempo, tudo se consumirá e deixará de existir, como o fez antes de nós.

Carne. Inexorávelmente, estaremos presos à carne, pois em verdade isso é tudo que somos. Fora da carne só existe a imaginação, seja arte ou religião.

Tempo, carne, imaginação. Fora da cabeça, os olhos se debruçam, querendo saber o que se passa. Não lhe ocorre, que existem cores que não vê, ou mesmo dimensões que lhe escapam. Dentro da cabeça, impulsos elétricos se unem, expandem, separam, brilham, achando que pensam, achando que são uma alma. Assim, o desespero, seja arte ou religião, lhes ocorre.

Essa é exatamente a inteligência da banalidade.

Superá-la enfrentando moinhos de vento, não é menos nobre que desenhar grandes prédios, pintar sorrisos enigmáticos, voar, escalar, nadar, correr, saltar. Quando encontramos outro louco, mesmo que enrustido como eu e você. Sorrimos com um brilho sutil no olhar. Sorrimos em reconhecimento.

De todas as maneiras de imaginar, a literatura sempre acaba sendo o destino da minha viagem através das possibilidades. Não pelo talento, mas pela sinceridade.