domingo, 19 de julho de 2020

Meus poemas são pedacinhos de mim 
Não são meus 
São eus

Sou mais deles do que o contrário
Não me vejo arquiteto, só operário 
Mas juntos nós somos 
Eu os retiro dessa vastidão 
Dou-lhes formato com as mãos 
E os devolvo 

O sentimento assim solto 
Dança 
Para desaparecer devagarinho 

Mas sua existência, quase secreta
E bastante efêmera 
Tem uma delicadeza em sua insignificância 
Que dá a mim 
A ilusão de ter significado