quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Às vezes eu queria colocar
em palavras
soprar ou riscar
o que penso sobre os sentimentos
ou o que sinto sobre o que sinto

Por exemplo
daquele que nasce do mar.

Por vezes, ele nos atinge com violência
nosso peito sacode
e até se feitos de rocha
nos desfazemos em pó

Noutras ele desaparece no ar
simplesmente
borbulha e some

Não se pode prender a espuma,
Nem podemos prever aonde ela vai

Acho que quem tem os pés beijados
Deve somente sentir-se com sorte

Não é algo que nasce da gente
nem muito menos, é algo que possuímos
é uma coisa que vem e vai

Também é uma coisa
que escorre
respinga
jorra
transborda
ou seca!

Pode ser que, como a onda,
haja um hiato,
entre uma felicidade e outra
ou entre uma felicidade e ela mesma
também pode ser que a felicidade te carregue
e você repouse em seu leito
eternamente. Mas isso seria como a morte.

Então
o que queremos?
Desejo e orgulho
são duas tempestades.