quarta-feira, 31 de julho de 2013

O que é você?


Os raios da manhã cortavam os vapores tépidos do chuveiro.

Sentado no mármore eu te observava, tal qual um sátiro olha uma ninfa em uma nascente.

Porém não sei, se eu era, ao invés disso, um descobridor de matas virgens me deparando com uma índia – de tez morena, nudez impudica e inocente.

Poderia ser também, a realização de uma fantasia lasciva e proibida, a qual não ousarei relatar. Ou quem sabe, não era este o encontro romântico tão esperado e não sejas tu, a amante eterna com quem dividirei meu leito.

A lembrança daquela manhã também se confunde com a da outra noite, quando fizemos amor neste mesmo palácio, onde as águas brincavam em nossos corpos e a luz da chama crepitava.

De fato, o único pensamento certo é teu olhar: firme, sensual, estático, poderoso e ainda mais, de um mistério profundo e insondável.

Afinal,
o que é você?
minha deliciosa
esfinge,
meia mulher,
meia leoa

Não sei se você existiu ou se te sonhei.