sábado, 21 de novembro de 2020

Fogareiros queimavam em grandes caldeiras de bronze, fazendo-as reluzir com um brilho dourado ao redor do salão. Pelas persianas o oceano de areia azul, iluminado por todas as estrelas, de onde vinha sibilando o vento fresco do deserto noturno. Enquanto ali dentro na luz dourada do fogo, luziam o rosa, o verde, o azul e o vermelho, das almofadas de cetim. Na tapeçaria intrincada, um grupo de amigos se esparramava. Bandejas de prata trabalhada, com jarras de metal traziam os licores mais exóticos, como exótica também era a fumaça que bruxuleava dos narguilés. Ali os homens de olhos pintados, barbas untadas, turbantes magníficos! Discutiam astrologia, matemática, medicina - entre orgias maravilhosas com odaliscas lubrificadas e entre opióides que os levavam às estrelas. Oh quanto sabiam, quão bem viviam, quanto conquistaram; homens da Babilônia e de Persépolis. Não foi senão a inveja dos bárbaros que os empurrou ao esquecimento. Mas nas areias do tempo ainda vivem em sonhos clandestinos. 

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