Você não pode usar
meu medo pra me manipular
eu encarei a solidão
e engoli ela inteira
Isso só me fez crescer
você sabe?
Fiz as pazes com a morte
no dia em que segurando a mão do meu pai
o vi partir
e o enterrei
com todo carinho e orgulho que um filho pode ter
um dia serei eu
a jazer no caixão
e eu sei dos poucos que lá estarão
pra transmitir todas as minhas histórias
eu não tenho nada
além de mim mesmo
e isso eu não posso perder
Ás vezes eu entrego
flores em formas de poemas
são todos verdade
Eu rabisco as minhas verdades
deixo-as suspensas aqui
como bolhas de sabão
e venho ver suas cores
quando me sinto descolorido
O riso frouxo
vai sempre habitar meu rosto
a curiosidade será sempre meu guia
a imaginação infantil sempre vai florescer aqui
o carinho vai sempre balançar meu corpo
meus pés, cansados, só precisam de um banho de mar
e eu
que já me senti tão feio
encaro o espelho com orgulho
coluna ereta
coração tranquilo
até que minha luz se apague
e eu esteja mais uma vez imune
a toda dor
Nenhum comentário:
Postar um comentário