Ontem
eu cavalguei a tempestade
os trovões atravessavam a cama
os lençóis de nuvem
os suspiros ventos de tempestade
cálidos
mornos
quentes
depois fervendo!
e depois de tanta chuva
tanta água
tanto tempo fechado
eu era cavalo
e ela
deusa
cada carinho uma devoção
cada concessão
uma dádiva
Vênus enciumada
Dionísio orgulhoso
E Eros
Ria baixinho
Quanta confusão!
Quanto bem, quanta beleza
inesquecível encontro com sagrado
em suas cores douradas e púrpuras
envoltos em sua névoa
seus feitiços
que me capturaram
mas não me fizeram cativo
me levaram além
e no além eu me encontrei
inundado em seu mel
hipnotizado em seus gemidos
sua pele
sua pele
suas curvas
nossas voltas
e como rio represado
eu jorrei
em lágrima e em todos os líquidos mais sagrados
éramos sangue correndo
éramos gozo grosso
e a taça quebrou
e o vinho derramou
enquanto estávamos
viscosos
derramados
um no outro
e inebriados passamos a noite
e meu coração me dizia
pode ser
pode ser
podemos ser
podemos ter
tudo
mas o que foi mais que bastava mais o que foi mais que bastou
e aquela noite dura e durou
uma eternidade bem particular
gravo essa Ode
como escrevi as palavras
no seu livro de ficções possíveis e impossíveis
"todas as mulheres são deusas, mas eu só adoro você".
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