Aqueles olhos amarelos
Oblíquos
Me enfeitiçaram com seus gestos suaves
O balanço da sua cauda
O veludo de seus pêlos
O silêncio de seus passos
As casas tão antigas
Abandonadas
As estrelas cintilando
A névoa escorrendo
E o vale lá em baixo
As pedras vulcânicas
Cristalizadas desafiando a gravidade
Quantos mistérios
Quanta suavidade
Quanta sabedoria
De algo selvagem
Entre ruínas de épocas esquecidas
Quantos anos tinha
Aquele gato preto?
Pra mim parecia que ele tinha chegado ali antes dos Etruscos
Tinha visto tantos povos indo e vindo
E construindo casas
Em cima das ruínas das casas
E contando histórias sobre o mundo
Em dialetos esquecidos
Com seus cheiros
Com seus sons
Sempre dentro de suas casinhas
Como se os deuses
A cada Era
Montassem um presépio diferente
Naquela montanha antiga
Nele se encerraram todos os mistérios do mundo
Um verdadeiro habitante do Sonhar
O imemorial gato preto na noite de Mormanno
com seus olhos de estrelas
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