Um cara querido
morreu
o cigarro o matou
hoje acendi meu cigarro
e conversei com ele
em seus olhos avermelhados
senti suas dores
e compartilhei delas
somente eu e ele
seu fantasma sentou ao meu lado
enquanto a vitrola tocava um blues
hoje fui prum buteco
e o bêbado transtornado
pediu um trocado para um trago
e eu tomei com ele
o choro da memória da cadeia
era o meu choro
seus passos embaralhados
exitantes e incertos
rumo a uma casa que não chama de lar
eram os meus passos
no caminho de volta
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