domingo, 24 de julho de 2011
Cante comigo
http://www.youtube.com/watch?v=-dEgWy7kbew
Well, Bohemoth calls us his own
While Bahamut wanders alone
They both go out to play
On that cold and rainy day
And Bohemoth sings us his song
While Bahamut wanders along
But in the glory of this spring
You can hear Bahamut sing
Whoa-ho-ho
Are you as big as me?
Whoa-ho-ho-ho
Way too big to see
Whoa-ho-ho-ho-ho
Bahamut he goes so slow
Whoa-ho-ho-ho
Too big a place to go
(Solos)
(Spoken)
The entire known universe
Floats suspended in a thin silver bowl
Which rocks gently on the back
Of an immense blue-green tortuga
And the tortuga's scaly feet
Are firmly placed on the topmost
Of seven craggy mountains
Which arise from a vast and arid plain
Of drifting, fetid, yellow dust
And the plain is balanced precariously
On top of a small thin green acacia tree?
Which grows from the snout
Of a giant blood red ox
With 50 eyes that breathes flame
The color of the midnight sky
And the ox's hooves are firmly placed
On the single grain of sand
Which floats in the eye of Bahamut
Like a mote of dust
No one has ever seen Bahamut
Some think it's a fish
Some think it's a newt
All we know is that the lonely Bahamut
Floats endlessly through all time and all space
With all of us and everything
Floating in a single tear
Of his eye
Well, Bohemoth calls us his own
While Bahamut wanders alone
When they both go out to play
On that cold and rainy day
And Bohemoth sings us his song
While Bahamut wanders alone
But in the glory of their fall
You can hear Bahamut call
Whoa-ho-ho
Are you as big as me?
Whoa-ho-ho-ho
Way too big to see
Whoa-ho-ho-ho-ho
Bahamut he goes so slow
Whoa-ho-ho-ho
Too big a place to go
Well, Bohemoth calls us his own
While Bahamut wanders alone
They both go out to play
On that cold and rainy day
And Bohemoth sings us his song
While Bahamut wanders along
But in the glory of this spring
You can hear Bahamut sing
Whoa-ho-ho
Are you as big as me?
Whoa-ho-ho-ho
Way too big to see
Whoa-ho-ho-ho-ho
Bahamut he goes so slow
Whoa-ho-ho-ho
Too big a place to go
(Solos)
(Spoken)
The entire known universe
Floats suspended in a thin silver bowl
Which rocks gently on the back
Of an immense blue-green tortuga
And the tortuga's scaly feet
Are firmly placed on the topmost
Of seven craggy mountains
Which arise from a vast and arid plain
Of drifting, fetid, yellow dust
And the plain is balanced precariously
On top of a small thin green acacia tree?
Which grows from the snout
Of a giant blood red ox
With 50 eyes that breathes flame
The color of the midnight sky
And the ox's hooves are firmly placed
On the single grain of sand
Which floats in the eye of Bahamut
Like a mote of dust
No one has ever seen Bahamut
Some think it's a fish
Some think it's a newt
All we know is that the lonely Bahamut
Floats endlessly through all time and all space
With all of us and everything
Floating in a single tear
Of his eye
Well, Bohemoth calls us his own
While Bahamut wanders alone
When they both go out to play
On that cold and rainy day
And Bohemoth sings us his song
While Bahamut wanders alone
But in the glory of their fall
You can hear Bahamut call
Whoa-ho-ho
Are you as big as me?
Whoa-ho-ho-ho
Way too big to see
Whoa-ho-ho-ho-ho
Bahamut he goes so slow
Whoa-ho-ho-ho
Too big a place to go
terça-feira, 19 de julho de 2011
“A verdade histórica, para ele, não é o que sucedeu; é o que pensamos que  sucedeu.[...] Compreendeu   que o empenho de modelar a matéria incoerente e vertiginosa  de que se   compõem os sonhos é o mais árduo que pode empreender um homem, ainda    que penetre todos os enigmas da ordem superior e da inferior: muito  mais  árduo  que tecer uma corda de areia ou amoedar o vento sem efígie.   Compreendeu que um  fracasso inicial era inevitável. [...] Talvez Schopenhauer tenha razão: eu sou os outros, qualquer homem é  todos os homens [...]"
-Ficções, Borges.
-Ficções, Borges.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
Mito e sonho
Quer escutemos, com desinteressado deleite, a arenga (semelhante a um sonho) de algum feiticeiro de olhos avermelhados do Congo, ou leiamos, com enlevo cultivado, sutis traduções dos sonetos do místico Lao-tse; quer decifremos o difícil sentido de um argumento de Santo Tomás de Aquino, quer ainda percebamos, num relance, o brilhante sentido de um bizarro conto de fadas esquimó, é sempre com a mesma história — que muda de forma e não obstante é prodigiosamente constante — que nos deparamos, aliada a uma desafiadora e persistente sugestão de que resta muito mais por ser experimentado do que será possível saber ou contar
Campbell - O Herói de Mil Faces
sexta-feira, 15 de julho de 2011
“O deus fragmentado, transformado em ar, água, terra e fogo, representa o  tormento da individuação, do qual ele cria, com seu sorriso, os deuses  olímpicos, e com suas lágrimas, a vida humana. Dionísio, produto do  divino casamento entre o céu e a terra, é ao mesmo tempo governador  clemente e homem feroz, trazendo consigo a promessa do próprio  renascimento, que reunirá o mundo e acabará com a dolorosa existência  limitada pela individuação” (NIETZSCHE. O nascimento da Tragédia, § 10).
A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira! Nietzsche - A gaia ciência (1978: 208)
A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira! Nietzsche - A gaia ciência (1978: 208)
quinta-feira, 14 de julho de 2011
"Através dos portões assombrados do sono
para além do noturno abismo, tenebroso,
tenho vivido minhas vidas incontáveis
e sondado com a vista a multidão das coisas;e me debato e grito antes do amanhecer,
enlouquecido pelo medo.
para além do noturno abismo, tenebroso,
tenho vivido minhas vidas incontáveis
e sondado com a vista a multidão das coisas;e me debato e grito antes do amanhecer,
enlouquecido pelo medo.
Rodopiei com a terra em seu alvorecer,
quando o céu era só uma poeira de fogo;
e vi o bocejar do sombrio universo,
por onde giram sem propósito os planetas,
por onde giram num terror que ninguém ouve,
sem consciência, brilho ou nome."
quando o céu era só uma poeira de fogo;
e vi o bocejar do sombrio universo,
por onde giram sem propósito os planetas,
por onde giram num terror que ninguém ouve,
sem consciência, brilho ou nome."
                                                   H. P. Lovecraft.
sábado, 2 de julho de 2011
There goes my Heroe

Quando o sr. começou a escrever, houve uma reviravolta, então, com  relação a essa concepção primeira e desvalorizadora da escrita? A  reviravolta veio, evidentemente, de mais longe. Mas cairíamos numa  autobiografia ao mesmo tempo anedótica demais e banal demais para que  fosse interessante falarmos dela. Digamos que foi por meio de um  trabalho longo que eu finalmente conferi a essa palavra tão  profundamente desvalorizada um certo valor e um certo modo de  existência.Hoje, o problema que me preocupa -e que, na realidade, não  pára de me preocupar há dez anos- é o seguinte: em uma cultura como a  nossa, em uma sociedade como a nossa, o que significa a existência das  palavras, da escrita, do discurso? Me pareceu que nunca atribuímos  importância tão grande ao fato de que, ao final de tudo, o discurso  existe.Os discursos não são apenas uma espécie de película transparente  através da qual e graças à qual enxergamos as coisas, eles não são  simplesmente o espelho do que é e do que pensamos. O discurso possui uma  consistência própria, sua espessura, sua densidade, seu funcionamento.  As leis do discurso existem do mesmo modo que as leis econômicas  existem.
  É claro que ela marca uma conversão total com relação àquilo que, para  mim, era a desvalorização absoluta da palavra quando eu era criança. Me  parece -creio que consiste nisso a ilusão de todos aqueles que acreditam  descobrir alguma coisa- que meus contemporâneos são vítimas das mesmas  miragens de minha infância. Também eles crêem facilmente demais, como eu  fazia no passado, como se acreditava em minha família, que o discurso, a  linguagem, não é grande coisa, no fundo.Os lingüistas, eu sei,  descobriram que a linguagem é muito importante porque ela obedece a  leis, mas eles insistiram sobretudo na estrutura da linguagem, ou seja,  na estrutura do discurso possível.Mas eu me pergunto é sobre o modo de  surgimento e funcionamento do discurso real, sobre as coisas que foram  efetivamente ditas. Trata-se de uma análise das coisas ditas, na medida  em que são coisas. É isso que é o oposto do que eu pensava quando era  criança.Sinto uma impressão de veludo quando escrevo. Para mim, a idéia  de uma escrita aveludada é como um tema familiar, no limite do afetivo e  do perceptivo, que não pára de assombrar meu projeto de escrever, não  pára de guiar minha escrita quando estou escrevendo, que me permite a  cada momento escolher as expressões que quero utilizar. A doçura é uma  espécie de impressão normativa para minha escrita. Assim, fico muito  espantado ao constatar que as pessoas tendem a enxergar em mim alguém  cuja escrita é seca e mordaz.Refletindo sobre isso, acho que são elas  que têm razão. Imagino que deve existir, em minha caneta, uma velha  herança do bisturi. Talvez, afinal, eu trace sobre a brancura do papel  os mesmos sinais agressivos que meu pai traçava sobre os corpos dos  outros que ele operava. Transformei o bisturi em caneta. Passei da  eficácia da cura à ineficácia da livre proposta, substituí a cicatriz  sobre o corpo pela grafitagem sobre o papel, substituí o inapagável da  cicatriz pelo sinal perfeitamente apagável e rasurável da escrita.  Talvez seja mesmo o caso de ir mais longe ainda. A folha de papel, para  mim, talvez seja como os corpos dos outros.O que é certo, o que eu senti  imediatamente quando, perto dos 30 anos de idade, comecei a sentir o  prazer de escrever, é que esse prazer de escrever sempre guardou um  pouco de relação com a morte dos outros, com a morte de modo geral. Essa  relação entre escrita e morte é algo do qual mal ouso falar, pois sei  quanto alguém como [Maurice] Blanchot já falou sobre coisas muito mais  essenciais, gerais, profundas e decisivas do que o que eu possa dizer  agora.Eu diria que a escrita, para mim, está ligada à morte, talvez  essencialmente à morte dos outros, mas isso não significa que escrever  seria como assassinar os outros e realizar contra eles, contra sua  existência, um gesto definitivamente mortífero que os expulsaria da  presença, que abriria um espaço soberano e livre à minha frente. De  maneira nenhuma. Para mim, escrever significa lidar com a morte dos  outros, sim, mas, essencialmente, significa lidar com os outros na  medida em que já estão mortos. De certa maneira, falo sobre o cadáver  dos outros. Devo confessar que, até certo ponto, eu postulo sua morte.  Falando deles, me vejo na situação do anatomista que faz uma  autópsia.Com minha escrita, eu percorro o corpo do outro, faço incisões  nele, levanto os tegumentos e as peles, procuro trazer os órgãos à tona  e, com isso, fazer aparecer finalmente o local da lesão, o local onde  reside o mal, esse algo que caracterizou sua vida, seu pensamento e que,  em sua negatividade, acabou por organizar tudo o que eles foram. Esse  coração venenoso das coisas e dos homens -é isso, no fundo, o que eu  sempre procurei trazer à tona.Eu compreendo, também, porque as pessoas  sentem minha escrita como uma agressão. Elas sentem que existe nela  alguma coisa que as condena à morte. Na realidade, sou bem mais ingênuo  do que isso. Eu não as condeno à morte. Simplesmente suponho que já  estejam mortas. É por isso que me surpreendo quando as ouço gritar. Fico  tão espantado quanto o anatomista que sentisse redespertar de repente,  sob a ação de seu bisturi, o homem sobre o qual pretendia fazer uma  demonstração. Bruscamente, os olhos se abrem, a boca se mete a gritar, o  corpo a se retorcer, e o anatomista se espanta: "Então ele não estava  morto!".Acho que é isso o que acontece comigo em relação àqueles que me  criticam ou gritam contra mim, depois de me haver lido. Sempre é muito  difícil para mim responder a eles, exceto por uma desculpa, desculpa que  eles talvez interpretem como ironia, mas que, na realidade, é a  expressão de meu espanto: "Então eles não estavam mortos!".
  É claro que ela marca uma conversão total com relação àquilo que, para  mim, era a desvalorização absoluta da palavra quando eu era criança. Me  parece -creio que consiste nisso a ilusão de todos aqueles que acreditam  descobrir alguma coisa- que meus contemporâneos são vítimas das mesmas  miragens de minha infância. Também eles crêem facilmente demais, como eu  fazia no passado, como se acreditava em minha família, que o discurso, a  linguagem, não é grande coisa, no fundo.Os lingüistas, eu sei,  descobriram que a linguagem é muito importante porque ela obedece a  leis, mas eles insistiram sobretudo na estrutura da linguagem, ou seja,  na estrutura do discurso possível.Mas eu me pergunto é sobre o modo de  surgimento e funcionamento do discurso real, sobre as coisas que foram  efetivamente ditas. Trata-se de uma análise das coisas ditas, na medida  em que são coisas. É isso que é o oposto do que eu pensava quando era  criança.Sinto uma impressão de veludo quando escrevo. Para mim, a idéia  de uma escrita aveludada é como um tema familiar, no limite do afetivo e  do perceptivo, que não pára de assombrar meu projeto de escrever, não  pára de guiar minha escrita quando estou escrevendo, que me permite a  cada momento escolher as expressões que quero utilizar. A doçura é uma  espécie de impressão normativa para minha escrita. Assim, fico muito  espantado ao constatar que as pessoas tendem a enxergar em mim alguém  cuja escrita é seca e mordaz.Refletindo sobre isso, acho que são elas  que têm razão. Imagino que deve existir, em minha caneta, uma velha  herança do bisturi. Talvez, afinal, eu trace sobre a brancura do papel  os mesmos sinais agressivos que meu pai traçava sobre os corpos dos  outros que ele operava. Transformei o bisturi em caneta. Passei da  eficácia da cura à ineficácia da livre proposta, substituí a cicatriz  sobre o corpo pela grafitagem sobre o papel, substituí o inapagável da  cicatriz pelo sinal perfeitamente apagável e rasurável da escrita.  Talvez seja mesmo o caso de ir mais longe ainda. A folha de papel, para  mim, talvez seja como os corpos dos outros.O que é certo, o que eu senti  imediatamente quando, perto dos 30 anos de idade, comecei a sentir o  prazer de escrever, é que esse prazer de escrever sempre guardou um  pouco de relação com a morte dos outros, com a morte de modo geral. Essa  relação entre escrita e morte é algo do qual mal ouso falar, pois sei  quanto alguém como [Maurice] Blanchot já falou sobre coisas muito mais  essenciais, gerais, profundas e decisivas do que o que eu possa dizer  agora.Eu diria que a escrita, para mim, está ligada à morte, talvez  essencialmente à morte dos outros, mas isso não significa que escrever  seria como assassinar os outros e realizar contra eles, contra sua  existência, um gesto definitivamente mortífero que os expulsaria da  presença, que abriria um espaço soberano e livre à minha frente. De  maneira nenhuma. Para mim, escrever significa lidar com a morte dos  outros, sim, mas, essencialmente, significa lidar com os outros na  medida em que já estão mortos. De certa maneira, falo sobre o cadáver  dos outros. Devo confessar que, até certo ponto, eu postulo sua morte.  Falando deles, me vejo na situação do anatomista que faz uma  autópsia.Com minha escrita, eu percorro o corpo do outro, faço incisões  nele, levanto os tegumentos e as peles, procuro trazer os órgãos à tona  e, com isso, fazer aparecer finalmente o local da lesão, o local onde  reside o mal, esse algo que caracterizou sua vida, seu pensamento e que,  em sua negatividade, acabou por organizar tudo o que eles foram. Esse  coração venenoso das coisas e dos homens -é isso, no fundo, o que eu  sempre procurei trazer à tona.Eu compreendo, também, porque as pessoas  sentem minha escrita como uma agressão. Elas sentem que existe nela  alguma coisa que as condena à morte. Na realidade, sou bem mais ingênuo  do que isso. Eu não as condeno à morte. Simplesmente suponho que já  estejam mortas. É por isso que me surpreendo quando as ouço gritar. Fico  tão espantado quanto o anatomista que sentisse redespertar de repente,  sob a ação de seu bisturi, o homem sobre o qual pretendia fazer uma  demonstração. Bruscamente, os olhos se abrem, a boca se mete a gritar, o  corpo a se retorcer, e o anatomista se espanta: "Então ele não estava  morto!".Acho que é isso o que acontece comigo em relação àqueles que me  criticam ou gritam contra mim, depois de me haver lido. Sempre é muito  difícil para mim responder a eles, exceto por uma desculpa, desculpa que  eles talvez interpretem como ironia, mas que, na realidade, é a  expressão de meu espanto: "Então eles não estavam mortos!".
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