Eu sei que ninguém quer saber, mas eu gostaria de anotar algumas palavras sobre isso.
Em primeiro lugar, as religiões todas são ficções que criamos pra sustentar uma realidade. Algo que não anguentariamos se não fossemos maduros o suficiente. Em segundo lugar, o quanto podemos aprender com essa entrevista. O que ela diz sobre a vaidade do frei de dentes branquíssimos que se coloca como bom, sábio, carinhoso. O que ela diz sobre o menino, que no brilho emocionante dos seus olhos não revela senão esquizofrenia. Podemos imaginar alguns pensamentos dos expectadores fiéis: meu Deus que horror, mas Deus é bom, sabe o que faz, a alma dele tá salva, mas Deus me livre merecer isso, o menino não fez nada pra merecer isso, mas Deus é sábio.
Não me entenda mal, a ignorância pra esse menino é uma benção. Seria difícil falar pra ele: você deu azar, nasceu com uma doença rara, vai degenerar, sofrer e morrer. Não há razão pra isso e esse será o seu fim inexorável. Uma criança de 12 anos e sua família. O nosso instinto é viver e principalmente, garantir a sobrevivência da prole. Estamos programados pra garantir a sobrevivência da espécie. Nessa diretriz biológica, a religião ajuda muito, dizendo: sempre há esperança.
Mas isso não é bem verdade. Nem sempre há um propósito por traz das coisas. O problema é que a realidade tão evidente, é bastante cruel e talvez até insuportável. A maturidade é aceitar que não somos especiais, que não temos um espírito imortal, que não existe uma inteligência por traz da natureza, que a vida e a Terra em si, representam pouco pro universo.
Com isso, temos que aprender a viver, buscando um sentido solidário, fraterno, de buscar a saúde e satisfação coletiva. E para tanto, talvez não estejamos prontos pra admitir as verdades simples e escancaradas que ameaçam destruir os mais imaturos.
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