Aqueles anjos
aqueles anjos eram de porcelana?
Eu sou um gigante
pisando as rosas do jardim
vilania!
mas eu também sangrei
O espelho me assustou
e caí
depois de tantos infinitos
na real
espatifado no chão
minha maldição
quanto sobe e desce
quanto sobe e desce
acho que não vou sossegar
vou só assim
sossobrar
e depois mergulhar
já falei
faz pelo menos uma década
do sabor da vertigem
mas o que é que resta
o que é que resta de mim?
Aqueles anjos de porcelana
diabrete leviana
já a santa de marfim
talvez não fosse mesmo pra mim
são também meus
esse impulsos nervosos naturais
mas te amar
é um mar
isso não significa
que não corram rios
e que os lagos não reflitam o sol
qual a solução
senão convulsionar
não tem idade
pra liberdade
diferente é gritar
ao invés de suspirar
mas eu também sou um covarde
e me escondi por trás da máscara
me assustei com o espelho
onde ir
onde pousar?
tanto mar
tanto mar
natural mesmo é ser nuvem
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