sexta-feira, 31 de março de 2017

Liberdade e libertinagem

Aqueles anjos
aqueles anjos eram de porcelana?

Eu sou um gigante
pisando as rosas do jardim

vilania!
mas eu também sangrei

O espelho me assustou
e caí
depois de tantos infinitos

na real

espatifado no chão
minha maldição

quanto sobe e desce
quanto sobe e desce
acho que não vou sossegar
vou só assim
sossobrar
e depois mergulhar

já falei
faz pelo menos uma década
do sabor da vertigem

mas o que é que resta
o que é que resta de mim?

Aqueles anjos de porcelana
diabrete leviana
já a santa de marfim
talvez não fosse mesmo pra mim

são também meus
esse impulsos nervosos naturais

mas te amar
é um mar

isso não significa
que não corram rios
e que os lagos não reflitam o sol

qual a solução
senão convulsionar

não tem idade
pra liberdade

diferente é gritar
ao invés de suspirar

mas eu também sou um covarde
e me escondi por trás da máscara

me assustei com o espelho

onde ir
onde pousar?
tanto mar
tanto mar
natural mesmo é ser nuvem

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