quinta-feira, 28 de maio de 2015

Carolina

Ainda vivo naqueles dias
Aqui, estou morto.

Eles comem a nossa poeira
E nós, de que nos alimentamos?

Nossa história é tão bonita
Que chega a ser triste
Mesmo antes de sabermos o final.

Te gosto tanto que estremeço de várias coisas.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Carne ou luz

A pele rasga como papel
A capa de gordura voa como espuma
O musculo se espalha salpicado de farpas de ossos
O sangue jorra em galões, misturado à bile, vômito, fezes e lágrimas
O ar escapa por atalhos no tórax
Exalando um chiado torpe vil imoral irracional
Enquanto o corpo se desfaz e dobra em posições impossíveis e jaz inerte.
Nem consigo olhar.
 
Lá se foi o espírito - suspiro
Lá se foi o que nos anima - alma.
A isso a multidão assiste pasma

Então é isso que somos?
Sabemos que temos carne
Mas pensamos que somos luz, autoimagem
Não pensamos que somos carne
Pois somos carne que pensa
Que é então o pensamento?

domingo, 17 de maio de 2015



Deslizando
Len
tam
ente
                                       sobre um asfalto pintado
de neon.
Estou chegando amor
Hoje faremos algo bom

17/05/2015

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Para Carol



Sua presença na distância
Irradia um brilho longínquo

Não sinto o chão
Estou andando em outro lugar

Passado na parede
Futuro na Janela

Já vivo naquele quartinho que planejamos.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Bobalhão

Você
minha branquinha de leite
é minha vida
meu sonho
minha única obsessão
Não maltrata mais
meu já calejado coração.
Te amo mais que tudo
E por iss fico mudo
Diante de qualquer repreensão.

domingo, 10 de maio de 2015

Dia

Todo dia é igual
as estrelas dançam no céu
a grama viceja
a água faz burburinhos

Mas do lado de cá
Dia das Mães
Dia dos Pais
Dia dos Namorados
Dia dos Professores
Natal Páscoa Carnaval

Hoje é um dia normal
Todo dia é igual.

O céu noturno queimava

Enfio dez dedos
na cara do Mundo
e a rasgo ao meio
de cima a baixo

chuto lixeiras
quebro árvores
rasgo as fitinhas que enfeitam a loja
jogo pedras na vidraça
tudo
        pelo mais puro
                                  sabor
                                            da maldade. 


Os laços que fazemos em vida, são como nossa própria vida, fugazes.

Já os laços formados enquanto nossa vida é fabricada pela natureza, tornam-se tão eternos quanto a esperança depositada naquele momento mágico.


(Escrito para os Dia das Mães de 10/05/2013)