Durante a conversa, eles concordaram que as coisas deste mundo nem sempre eram do agrado dos mais sábios. O eremita insistiu que ninguém conhece os caminhos da Providência, e que os homens cometiam um erro ao julgar um todo do qual só percebiam uma pequena parte.
falaram das paixões.
-Ah, como são funestas! - disse Zadig.
-São os ventos que inflam as velas do barco - corrigiu o eremita. - Às vezes elas o submergem, mas sem elas o barco não poderia navegar.
A bile nos faz coléricos e doentes, mas sem a bile o homem não poderia viver. Tudo é perigoso neste mundo, e tudo é necessário.
Falaram do prazer, e o eremita provou que é um presente da Divindade.
- Pois o homem - disse - não pode se dar nem a sensação nem ideias, ele recebe tudo; a dor e o prazer lhe vêm de fora, como seu ser.
Zadig; Voltaire.
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